SER SOLIDÁRIO…

Claro que a Solidariedade é, irrefutavelmente, um DEVER de um ser humano bem formado moral e espiritualmente. Mas se esse DEVER “vier de dentro”, e não porque dá uma boa imagem, então isso é muito melhor ainda. Isto entre pessoas é quase o mínimo que se pode esperar. Mas hoje venho falar da solidariedade entre países porque me está a “baralhar as ideias” a solidariedade política dos países. 

Não vou falar da guerra no leste europeu, porque isso é política, mas falo da solidariedade para com o povo sofredor ucraniano. Todos os dias ouço falar em milhões de euros e dólares de apoio àquele país por parte de um número elevado de países e nem sequer quero questionar a justeza desses valores.

Vou falar também da solidariedade para com os povos turco e sírio na terrível desgraça geológica que se abateu sobre eles – e aqui lamento que a guerra impeça o povo sírio de ter o mesmo tipo de apoio que o povo turco. O que temos visto e ouvido sobre todo o tipo de apoio técnico, alimentar, de saúde e de conforto, é notável e custa também uns milhões de euros e dólares que me parecem no geral bem aplicados e urgentemente disponibilizados. Quanto a isto estamos conversados: eu apoio e fico contente porque a solidariedade entre povos existe independentemente de serem países pobres ou ricos e países com mais ou menos orçamentos que se prontificam a ajudar. E não foram estas situações reais que me “baralharam” mesmo que haja quem se aproveite destas coisas para ganhar algum indevidamente no meio dos sérios e honestos, até porque sempre que há guerras e catástrofes os oportunistas aproveitam o sofrimento alheio e, se possível, sem darem nas vistas. O que me “baralhou” então? Vamos a isso.

Eu sei pouco de economia e sei pouco de política mas sei dar uma vista de olhos por ambas. Todos os países fazem o seu orçamento anual que submetem à fiscalização e aprovação e governam o dia-a-dia com esse dinheiro. Assim normalmente não há dinheiro para aumentos salariais, para restaurar o património do estado, para construir novas infraestruturas, fazer reformas essenciais que vamos empurrando com a barriga até haver dinheiro para isso, apoiar a ciência, a cultura, a educação , a saúde, etc.. Isto é igual em todos os países, não é exclusivo de Portugal. 

E aqui entra a minha baralhação: o dinheiro APARECE – e ainda bem – para a Solidariedade com os ucranianos, turcos e sírios, mas agora vamos ao imaginário de NÃO ter havido invasão nem terramotos – o que era muito bom – e então como iria ser aplicado em cada país que o disponibiliza  esse dinheiro todo que está a ser canalizado para a Solidariedade? A menos que esse dinheiro tenha caído do céu em cada banco central. Ou será dinheiro novo que só se “fabrica” em casos trágicos? Sim porque eu não penso que seja dinheiro retirado das verbas que o orçamento de cada país contratou. O que me faz pensar que há dinheiro fora do orçamento do Estado sempre que houver uma catástrofe…e se não houver catástrofe? O dinheiro esfuma-se? Seja ele “euros”, “libras”, “coroas”… porque os dólares têm vida diferente. 

Depois do que escrevi j´entendem que eu não percebo nada de economia nem de política. Tenho que estudar!!! Mas volto a repetir que aprovo a solidariedade dos Estados para com aqueles que à vista desarmada estão a sofrer: ucranianos, turcos e sírios…ah!…já me ia esquecendo que também há iemenitas, eritreus, rohyngwas, palestinianos, etc. com guerras de décadas…mas estes, Senhor, já fazem parte da rotina!

           -Nota: este texto foi escrito duas semanas depois do sismo da Turquia e Síria (ainda se lembram quando foi? 06 de Fevereiro) e publico-o um mês depois.

Leave a comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *