Estávamos em 1500 quando Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta a D. Manuel I, o Venturoso, a comunicar-lhe o “achamento das terras de Santa Maria ou Vera Cruz” o que veio mais tarde a verificar-se que tinham ido a uma terrinha não sei quantas vezes maior que Portugal e onde era só abanar a árvore e as patacas caíam. Depois, antes de haver aviões, houve um vai vem de barcos a levar pessoas e a trazer ouro, especiarias e outras coisas que davam dinheiro. A Inquisição, como não podia deixar de ser, mandou a sua representação e um dia o Napoleão Bonaparte enviou uns emissários à nossa corte lisboeta para entregar bilhetes de um cruzeiro até ao Brasil para a família real toda mais os seus assistentes. Passados uns tempos fez-se o cruzeiro de volta e deixamos lá ficar o filho do Rei D. João VI e o safado depois de muito pressionado por uns activistas nascidos lá resolveu fazer partilhas e deu um grande grito lá para os lados do Ipiranga e ficou com o Brasil para ele. Depois, quando viu as coisas mal paradas, fez como um primeiro ministro mais tarde também fez para “salvar” a Europa e nomeou o seu filho de 4 anos como Imperador do Brasil e veio “salvar” Portugal das mãos do seu irmão absolutista que tinha surripiado o poder à D. Maria II. Claro está que o puto de 4 anos cresceu mas não convenceu os brasileiros e passou a pasta. Hoje o Brasil é uma nação com 200 anos e tem-se fartado de exportar jogadores e treinadores de futebol. São os maiores nesse jogo com 5 campeonatos do mundo e com o mais sonante jogador de todos os tempos: o Pelé que brilha na minha memória desde os meus 12 anos quando surgiu na ribalta do mundial da Suécia em 1958. E porque razão eu me lembrei disto? Porque li uma notícia e achei que está a haver uma segunda colonização do Brasil pelos portugueses por via do futebol. De facto, acabo de ler que no próximo brasileirão vão estar à frente dos vários planteis nada mais nada menos que 7 -sete – treinadores portugueses a saber: Abel Ferreira (Palmeiras – campeão actual), Renato Paiva (Bahia), Luis Castro (Botafogo), Vitor Pereira (Flamengo), António Oliveira (Coritiba), Pedro Caixinha (Red Bull Brigantino) e Ivo Vieira (Cuiabá). Como dizia o último treinador brasileiro campeão do mundo o Filipão Scolari isto deve estar a ser um “mata-mata” com alguma nova fornada de árvores das patacas. Estamos nas 8 melhores selecções do mundo temos sete treinadores na 1ª liga do melhor país do futebol fora os outros que andam a treinar por todo o mundo porque razão será que nos habituamos a dizer mal do que é nosso? Não haverá quem possa dar um grito dum qualquer Ipiranga e ponha os maldizentes todos no seu devido lugar?