“Cento e quinze” já foi o número de telefone de emergência no nosso País antes de, por nos termos globalizado, mudarmos para o 112. Felizmente ainda não precisei de utilizar qualquer deles.
Mas hoje não me perdoaria se não chamasse aos meus textos o antigo número dos apelos de socorro porque não é fácil a vida de um centenário. E quando esse centenário está VIVO E BEM VIVO, mesmo que muita doença o atormente, só podemos dizer que é MAIOR que aqueles que ao longo do tempo passaram e continuam a passar pela sua história de vida quer tenham passado pelo lado positivo, ou até aqueles que julgando no seu íntimo que o estavam a ajudar só lhe criaram problemas ou ainda, e principalmente, MUITO MAIOR que aqueles que intencionalmente lhe conseguiram criar situações delicadas e negativas. Todos passaram pela sua História, uns pelo lado de dentro outros pelo lado de fora da sua casa, mas a todos sobreviveu e vai continuar a mostrar a sua força de viver. Quando nasci tinha tios a jogar futebol e andebol de onze, cresci com primos a jogar andebol de sete e hóquei em patins, a minha irmã jogou voleibol, eu, sem qualidade, joguei uma época nos júniores de voleibol, tive tios e primos directores e o meu Pai foi director e em Janeiro de 1952 entregou uma proposta de sócio com o meu nome que foi aprovada em Março desse ano: tinha 5 anos e meio e morava na Pensão dos meus Avós onde viviam temporariamente os jogadores espanhóis do clube: Juan, Moncho, Nolito e um outro de quem não recordo o nome. Fiz a disciplina de ginástica do Ciclo Preparatório sob a batuta do eclético Professor Costa Pereira usando os balneários, o rinque e o campo de futebol do velhinho Campo de Santana onde a tarde gloriosa de 5/10/1961 (eu fiz anos na véspera) foi para festejar a Implantação da Republica mas mais do que isso para festejar a grande vitória do futebol sobre os suíços do “La Chaux de Fonds” cuja origem tinha assentado na vitória de 9/07/1961 no antigo Estádio das Antas na final da Taça de Portugal. Agora que falei em dois pontos altos do meu “115” tenho que fazer justiça que saboreei muitos mais momentos de grandíssima alegria em tantos outros campeões de diversas modalidades que não vou descrever para não ser injusto com alguém que poderia esquecer.
Vou terminar porque só queria dizer OBRIGADO e já me estendi demais mas a verdade é que é difícil escrever pouco sobre quem vive no nosso coração há 70 anos.
PARABÉNS GLORIOSO LEIXÕES SPORT CLUB pelos teus 115 anos de vida, e que vida, e por me acolheres com tantas alegrias e tantas tristezas porque é da soma de todas que se faz o AMOR (o teu sócio número 12).
VIVA O LEIXÕES SPORT CLUB