Começo o meu texto de hoje com uma pergunta: quem foi o primeiro santo Padroeiro de Lisboa?
Uns responderão que foi o Santo António (que julgo que nunca foi) e outros dirão que foi o São Vicente de Fora (que é o actual) mas, por aquilo que me parece, estão ambos errados porque não foram o primeiro. Segundo li, quando D. Afonso Henriques e seus correligionários em 1147 mandaram para fora os mouros escolheram para seu patrono um par de Santos que até eram irmãos e italianos de nascença. E sabem de quem eles – que foram “saneados” de Padroeiros da capital – são agora patronos? São Padroeiros dos Sapateiros. Ou seja, Lisboa “deu-lhes com os pés” e eles foram para os sapateiros. E não sei se foi a velha rivalidade entre Lisboa e o Porto mas o certo é que na capital portuense existe uma Irmandade com o nome daqueles dois Santos e hoje quando passamos na Rua de Santos Pousada encontramos a Capela da Irmandade de S Crispim e S. Crispiniano que a Igreja Católica celebra hoje e que como martírio tiveram a degolação nas perseguições aos cristãos no século III. Portanto hoje foi dia dos Santos Crispim e Crispiniano.
Aproveitando o tema da hagiografia faço outra pergunta: sabiam que está sepultado no Nossa Senhora do Monte na Ilha da Madeira um beatificado que morreu na miséria aos 34 anos depois de ter sido Imperador da Áustria e Rei da Hungria, Croácia e Boémia e cuja luta foi ser pacifista no período da primeira guerra mundial? A Igreja Católica fez a sua festa litúrgica no dia 21 de Outubro e é o Beato Carlos da Áustria ou o Imperador Carlos I, da Áustria.
