OS JUBILEUS DA RAINHA E DO…REISElizabeth II, de Inglaterra, treinou 25 anos e aos 95 de idade faz 70 de Rainha. Os grandes festejos que estão a entusiasmar os meios de comunicação social mundiais, e que vão fazer esquecer, por momentos, que há guerra, fome, corrupção, violência doméstica, covid e varíola dos macacos, e outras coisas, fizeram-me, não sei se um pouco por “dor de cotovelo”, procurar também um jubileu de 70 anos para mim. E não é que descobri um. Ei-lo:Treinei só 5 anos, e não 25 como Sua Majestade, e aos 75 anos comemorei o Jubileu de 70 anos de … sócio do Glorioso LEIXÕES SPORT CLUBE. De facto, o meu Pai, Ernesto Reis, (como dizia o escritor Oscar Wilde com o seu livro “A importância de se chamar Ernesto) foi muito importante para isso e em Janeiro de 1952 entregou uma proposta de sócio em meu nome que foi aceite em Março de 1952. E onde andava o meu Leixões nessa altura? Andava, não só mas essencialmente, no velhinho e saudoso CAMPO DE SANTANA, com o campo pelado e o rinque de cimento. E não é só do pelado que tenho saudades, é também de se praticar Andebol de 11, Hóquei em Campo, e haver jogos de reservas e de júniores de futebol e de ver lá a jogar futebol um “craque” mundial chamado Juan Seminário e os primeiros estrangeiros do Leixões: o Juan, o Moncho, o Nolito (pai do falecido Dito) e mais tarde o Correa todos espanhóis, que antecederam os brasileiros. E vi jogar o Delfim, o Adão, o “Pocas”, o Dara, o Pedro, o Costa Pereira, o Caseiro, o Nevoeiro, o “Cova Funda”, o Hipólito e…e…e… tantos mais que mereciam estar aqui mencionados. E quais as saudades do rinque? São as do Andebol de 7, do Basquetebol e do Hóquei em Patins. Do rinque só sobra o Voleibol masculino e feminino e agora num Pavilhão que apesar de tudo não é do clube mas da Câmara Municipal. Mas são muitos anos e muitas figuras que estão nas nossas memórias e falar de Santana sem falar do Sr. Alberto e do Sr. Horácio os “faz-tudo” da retaguarda quase sempre esquecidos especialmente em dias de euforia seria uma injustiça. E ter aulas de ginástica da Escola Comercial com o Prof Costa Pereira la no Santana. E as vezes que eu fugi, sim fugi, das cargas policiais, tanto de futebol, como de hóquei em campo e em patins com sticks pelo ar. As grandes tardes das subidas de divisão, e dos suíços de Chaux-de-Fonds. E ver à noite a chegada do comboio à Praia Nova com os adeptos que foram a Santo Tirso no jogo que decidiu a subida. E ir ao Estádio das Antas ver o PR a entregar a Taça de Portugal ao capitão do Leixões. E ir integrado na comitiva do Leixões, da Beira, à Gorongosa para o jogo da Taça de Portugal em Vila Pery (hoje Chimoio) com o Textáfrica (o meu agradecimento à comitiva dirigida pelo Crispim de Sousa e que integrava o treinador Janos Hrotko) em que o LEIXÕES esteve a perder 1-0 mas com golos do Celestino, do Esteves e do Vaqueiro deu a volta para 1-3. Penso que o director desportivo era o ainda presente Armando Monteiro. Eu tinha 20 anos de sócio. Mas o Santana traz-me também à lembrança um torneio de futebol de 7 para miúdos até aos 15 anos. Que êxito que foi. Tantas equipas de crianças (hoje é dia mundial da criança) que nos deram os Praia, Horácio, Chico, e tantos outros e cujo torneio foi ganho pela ilustre AAM – Associação Académica de Matosinhos num torneio sem uma única derrota. E já agora , eu, com essa idade, não joguei – não tinha jeito – mas era o tesoureiro da AAM. Falta-me dizer que o meu Pai foi tesoureiro do clube nos anos 40 e 2 irmãos da minha mãe jogaram futebol sénior, a minha irmã jogou voleibol e eu -outra vez sem jeito – tive o privilégio de ser federado durante um ano em juniores de voleibol com um treinador fabuloso chamado Orlando Ramos que foi durante anos o sócio número 1 do Leixões. Eu como sou do tempo em que só era permitida a substituição do guarda-redes sou o guarda-redes suplente porque sou o sócio nº 12. E pronto têm nos próximos dias o Jubileu da Rainha e hoje falei do jubileu do Reis. 1 de Junho de 2022.
