AS EMOÇÕES NO FUTEBOL FORA DO CAMPO

AS EMOÇÕES E O SOCIAL NO FUTEBOL FORA DO CAMPO

Há momentos em que as imagens nos sugerem pensamentos comparativos de realidades não comparáveis mas que nos levam a teimar em comparar. E hoje trago o futebol não jogado mas o futebol como paixão ou a falta dela.

Quais as imagens: a multidão a festejar os resultados dos seus clubes do coração e o sofrimento dos que perderam ou quase perderam.

Aqui vai o que vi em imagens: um adepto do Moreirense há espera do resultado noutro campo de que dependia a descida automática ou ter ainda uma segunda hipótese numa liguilha. O referido senhor em pouco mais de hora e meia viveu altos e baixos pois o resultado no outro campo ora lhe era favorável ora era a desgraça imediata. No final teve o prémio de poder ter a tal segunda hipótese, isto é figuradamente: o clube não foi para a morgue mas foi em estado grave para o hospital. E o alívio do adepto é o sinal de que a esperança é sempre a última a morrer. 

Outra imagem é mais vulgar, mas a chegada do Eintracht a Frankfurt com a taça da Liga Europa teve uma enchente para festejar a equipa que os tinha deixado desolados no campeonato alemão onde se classificaram em 9º lugar. Andaram estes adeptos provavelmente zangados com uma época decepcionante mas “lavaram” a mágoa toda com a excelente vitória que já não tinham há 41 anos. 

Agora vem a outra imagem da emoção dos adeptos que por certo insultaram e ameaçaram a sua equipa durante meses e que romperam para uma grandiosa e gloriosa festa porque a equipa não desceu de divisão. Efectivamente o Everton que está na 1ª divisão inglesa há 71 anos salvou-se da descida na penúltima jornada do campeonato e provavelmente a invasão do campo e a festa não seriam maiores se tivessem sido os campeões da Inglaterra. E agora vejam, a cidade tem o Everton com esta massa associativa super viva e apaixonada apesar de ter também o Liverpool que pode ser campeão de Inglaterra e campeão da Europa ou não ser campeão de nada. O efervescer desta cidade em pouco mais de 15 dias.

Tudo isto contrasta com a falta de emoção e com a desolação de ver o último Académica-Farense em estádio quase vazio e em que os locais se despediram da 2ª divisão para irem jogar num escalão aonde nunca tinha descido nos seus 134 anos de vida isto escassos 10 anos após terem tido uma jornada de glória quando ganharam a Taça de Portugal ao Sporting no Jamor fazendo uma super festa que contrasta com o silêncio que se “ouve” agora. A cidade já teve a Académica de Coimbra e o União de Coimbra na 1ª divisão e hoje não tem nenhum nem sequer na 2ª. Será que a cidade perdeu o amor ao futebol?  O velho Calhabé assombrou o “euro-2004” Estádio Cidade de Coimbra!!! Valha-lhes (e a mim também porque a Briosa é um pouco a minha namorada platónica no nosso futebol) a Santa Cruz e Sé Velha!!!

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