Para ser titular de cargos políticos ou trabalhar em empresas públicas é preciso ter valor na execução da função para que se foi chamado. Assim o PR é um trabalhador do Estado, o PM é um trabalhador do Estado, todos os deputados da AR são trabalhadores do Estado. Todos estes trabalhadores são contratados em “concursos públicos” de caracter universal chamados eleições. Depois há os ministros e os secretários e subsecretários de Estado que são contratados para a função pública por “ajuste directo” e estes por sua vez contratam as administrações das empresas públicas também por “ajuste directo” (na maioria dos casos) ou por “concurso público específico” (na minoria dos casos). Foi a pensar nisto que me lembrei dos Sindicatos que são entidades para defender os direitos entre os quais o bem estar dos trabalhadores em geral. E não podia deixar de pensar que todos os Partidos sem excepção defendem tal como os Sindicatos os direitos dos trabalhadores. E reparem que este introito não tem nada a ver com política mas sim com os direitos sociais dos trabalhadores como está consagrado na nossa Constituição.
Ora perante o que atrás escrevi vou falar da parte social e não política de um caso que já me faz desligar a televisão e os noticiários da rádio. É que eu tive até há bem pouco tempo uma prima de nome Alexandra Reis e que trabalhou para o Estado: foi Professora Primária (hoje são do 1º ciclo). E hoje eu estou aqui para escrever sobre o lado sindical do contrato de trabalho da Engª. Alexandra Reis. Comecemos: a Srª. Engª. foi trabalhar para a TAP com um contrato assinado por ela por um lado e alguém mandatado pela empresa para tal pelo outro lado. Foi um bom ou um mau contrato? Não sei, mas foi assinado pelas duas partes. Depois chegou uma executiva nova e rapidamente se incompatibilizou com a Srª. Engª. e entendeu despedi-la sem justa causa. Então cumpra-se a lei e pague-se a respectiva indemnização que dizem ser de 1,479 milhões de euros. E aqui entram os representantes jurídicos das duas partes e sentam-se à mesa e concordam que o valor da indemnização seja só de 0,5 milhões de euros, ou seja a Srª Engª aceita só receber um terço daquilo a que tem direito. Aqui é que está o busílis da questão pois ninguém bateu palmas às duas partes: a Srª Engª abdicou em prol dos contribuintes de 979 mil euros e a gestão da Empresa está de parabéns porque num belíssimo acto de gestão poupou aos contribuintes os tais 979 mil euros. País ingrato que não agradece as boas acções de duas mulheres que lutam pelo mesmo objetivo: poupar dinheiro aos contribuintes. E que fizeram os Sindicatos em defesa da trabalhadora despedida sem justa causa? Nada, “caladinhos que nem ratos”, nem uma manifestação, nem uma greve, nem pedem o despedimento dos Administradores da Empresa. Sim porque os Sindicatos devem defender tanto trabalhadores que ganham pouco como quem ganha muito como manda a Constituição. E os Partidos que defendem os trabalhadores nos seus programas, algum deles defendeu a trabalhadora despedida sem justa causa? Da extrema direita à extrema esquerda não vi nenhum a defender a trabalhadora. É só beu-beu!!! Mas agora tenho uma dúvida que me preocupa, e eu vou contá-la. A Srª Engª depois de ter sido boazinha com o desconto que fez foi nomeada para presidir a outra empresa pública relacionada com aviões e não sei se foi ganhar mais ou menos do que ganhava na empresa anterior, mas depois de assumir o lugar saiu por “ajuste directo” do Ministro das Finanças para o Governo. Claro que isto é um facto e não uma dúvida. A dúvida vem a seguir quando ela sai do Governo – sem ter tido tempo para conhecer as instalações todas – porque eu não sei se ela se demitiu ou se foi despedida com ou sem justa causa. E mais, se a Srª Engª saiu da empresa para o Governo por exoneração ou por comissão de serviço pois nesta última hipótese pode ter direito a voltar ao lugar de onde saiu e se o lugar já estiver ocupado poderá ter direito a uma indemnização. Que confusão!!! Vejam só o terramoto que arranjaram duas mulheres por se incompatibilizarem e que puseram montes de homens em alvoroço a deitar “bitaites” todos os dias durante horas (também já ouvi duas deputadas a falar do assunto). Já ouvi dizer que “à mulher de César não basta…etc.” mas a maioria dos “comentadeiros” falam de ÉTICA como se isto fosse uma coisa que comprasse carros, casas, luxos, etc. como compra o dinheiro.
Nota: não me levem a sério porque este assunto é tão horroroso que “não lembra ao Menino Jesus” que ainda agora chegou sem culpa nenhuma.