PARTOS, PARTEIRAS, ETC.
Estes dois últimos dias têm sido férteis em notícias que se atropelam umas às outras para terem notoriedade e serem comentadas por “paletes” de gente entendida, uns bajulando outras agredindo, e isto serve para todo o tipo de assuntos. Claro que vou explicar o título mas entretanto vamos usando a nossa majestosa língua portuguesa (estufada com ervilhas é um manjar, para mim) até chegar à explicação.
PARTO – do verbo partir – e começo pela “partida” do Mikhail Gorbatchov que “desenhou” um novo mundo a partir de uma nova Europa e a quem a NATO muito deve e a quem a actual nomenclatura russa deve odiar mesmo que diga o contrário, e hoje faz 25 anos que em Hong Kong (numa maravilhosa viagem de 21 dias à China e Macau) recebi a notícia de que, numa fuga aos “paparazzi”, um acidente levou à “partida” da Princesa Diana. Mas as notícias não param de se atropelar e claro que a “partida” que a Ministra da Saúde pregou ao Primeiro Ministro com a sua “partida” do Governo é a que deve ter mais votos, até porque podem opinar como conhecedores do assunto “resmas” de pessoas e podem dar palpites para as apostas de quem a vai substituir e até dizer o que fariam se fossem para lá, mas à “partida” só vai para lá um ou uma e provavelmente não sabemos o que pensará do assunto. E isto de “partidas” não fica por aqui porque houve futebol e se o Chaves foi a Lisboa levar dois pasteis (adoro os folhados pasteis de Chaves) o que foi uma “partida” pois nunca lá tinha ganho depois o Rio Ave aumentou o caudal e provocou uma cheia que à “partida” nenhum porto cheio de bons barcos aguentaria e coisa de que pouco se falou – porque só os mais antigos percebem – o Casa Pia, que deu raízes ao futebol português com grandes vultos desde o principio do século XX até aos nossos dias, nunca tinha ganho um jogo fora do seu estádio para o campeonato principal onde participou várias vezes e foi pregar a “!partida” a Guimarães numa “partida” que acabou com 0-1. Também numa boa “partida” o meu Glorioso Leixões “matou um borrego” com 29 anos ao ganhar em casa ao Nacional por 3-0.
Então depois de divagar sobre os sentidos da palavra “partida” – se eu me esquecer do “T” fica “parida” palavra que se relaciona com “parto” (substantivo e não verbo) – vamos ao assunto propriamente dito.
Hoje 31 de Agosto, além de ser dia de Santo Aristides (séc. II) é também dia de S. Raimundo Nonato (séc. XIII). E o que tem de especial este Santo.
Para além das virtudes que o levaram à Santidade este Raimundo chama-se Nonato porque em latim (?) ou italiano (?) significa “não nascido”. Ora aqui as palavras são uma “partida” porque se ele nasceu não será não nascido. Pois bem o que se passou – e estamos a falar do século XIII – a mãe de Raimundo morreu antes dele nascer e ele teve de ser retirado do ventre da mãe já morta, logo não nasceu por esforço seu ou da mãe mas por acção das parteiras. Assim num momento tão doloroso do nosso maravilhoso SNS em que a especialidade de PARTOS está em convulsão hoje é dia do Padroeiro das PARTURIENTES e das PARTEIRAS.
Raios “partam” se não é uma coincidência.