19 DE OUTUBRO
A viagem de hoje começa (paradoxo) no acabar da vida, em 1745, do escritor irlandês Jonathan Swift autor de “Viagens de Gulliver”. E uma senhora em França no ano de 1962 deu à Lumière um rapaz de nome Auguste que juntamente com o seu irmão Louis inventou o cinematógrafo. Em 1889, nasceu na Guatemala, o vencedor do Nobel da Literatura de 1967, autor de “O Senhor Presidente”, e que se chamou Miguel Angel Astúrias. De quem eu não vou trazer referência é do próximo aniversariante porque há tanto para dizer que nada seria suficiente. Nasceu no Brasil em 1913 o grande Vinicius de Moraes.
Agora pergunto-vos: o que relaciona “Buffon com Dente de Ouro”? Serão ambos da Juventus?. É no ano de 1921 que se relacionam. E mal, muito mal!!!
De facto, um flaviense de nome António Granjo integrou a Maçonaria com o nome “Buffon” e sendo advogado e político chegou a Primeiro Ministro por duas vezes na 1ª República, mas houve um grupo de radicais comandados pelo cabo Aleixo Olímpio conhecido por “Dente de Ouro” que não gostou da sua governação e o prendeu. Nessa noite baptizada como “noite sangrenta” António Granjo foi ferido com dois tiros e levado para o hospital onde, quando estava na cama, foi fuzilado por elementos da GNR e da Marinha e depois ainda foi atravessado pelo sabre de um soldado da GNR!!! Nesta noite foram também assassinados alguns revolucionários do 5 de Outubro como Machado dos Santos ou José da Maia. Pouca gente se apercebe que na 1ª República entre 1910 e 1926 morrem milhares e milhares de pessoas por questões políticas.
E quem nasceu em 1929? “Podió chamá-lo!!!” Faz-nos falta o seu humor: o senhor Raul Solnado.
Em 1943 o bioquímico dos EUA Selman Waksman conseguiu isolar aquele que foi o antibiótico que teve um sucesso muito grande na tuberculose. A partir de uma “actinobactéria” ele isola a “estreptomicina” e com isso ganha o Nobel da Medicina de 1952 e salva milhares de pessoas.
Em 1972 com o General Spínola como Governador e Comandante em Chefe da Guiné, o líder do PAIGC o Engº Amílcar Cabral anuncia na ONU que vai preparar a Independência unilateral nos territórios libertados, o que vem a acontecer em Setembro de 1973 em Madina do Boé e que só foi reconhecida por alguns países (entre os quais alguns europeus) e que veio a concretizar-se na totalidade no ano seguinte com a Revolução de Abril.
Em 1986 num desastre de avião, no mínimo suspeito, morreu o Presidente de Moçambique que regressava de uma Cimeira em Mbala, na Zâmbia.
A nossa maior violoncelista Guilhermina Suggia foi homenageada com a criação de um prémio internacional com o seu nome para violoncelistas. E em 1987 morreu a primeira vencedora desse Prémio a inglesa Jacqueline Du Pré. E por falar em prémios vem aí o Nobel da Literatura de 1989, que aterra na vizinha Espanha nas mãos do Camilo José Cela um franquista assumido.
Uma notícia boa antes de uma notícia má para acabar com uma muito bela por justa.
A primeira é a beatificação de Madre Teresa de Calcutá em 2003 e a má é o começo do julgamento de um ser humano que, tendo sido mau para uma parte do seu povo, não merecia que os americanos o acusassem de posse armas químicas que não existiam, só para controlar o Médio Oriente e proteger Israel: o tirano (e há tantos tiranos a governar mas que não têm petróleo) era o Saddam Hussein.
Vou acabar com a atribuição do Prémio HOMEM DA PAZ, da Fundação Mikhail Gorbatchev, no ano de 2002 a um italiano que comoveu o mundo com uma obra prima do cinema em que acha que “A VIDA É BELA” e de facto é, mas só se a soubermos viver com Amor.
O premiado foi Roberto Benigni.