ABEBE BIKILE – O pé descalço que conquistou Roma

10 de SETEMBRO

Hoje a Igreja Católica comemora a morte em 1305 de S. Nicolau Tolentino um italiano. Em 1740 uma mãe lisboeta deu à luz um filho a quem pôs o nome do santo do dia e assim a literatura e a advocacia ganharam um poeta jurista chamado Nicolau Tolentino de Almeida, cuja poesia foi muitas vezes satírica. Era um boémio e um “gozão” como naquele poema da jovem que escondia um colchão no penteado, mas chegou a Secretário do Reino e estava nas boas graças do Marquês. E, já que falei do Marquês do Pombal e Conde de Oeiras, lembro que foi criada neste dia de 1756 a Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro, fundamento da Região Demarcada do Douro. Lá fora, em 1823 o libertador Simão Bolivar foi nomeado presidente do Peru. E em 1846 o americano Elias Howe patenteou um invento que ainda hoje se usa: a máquina de costura. E em 1898 a Imperatriz da Áustria-Hungria foi assassinada, de seu nome Sissi, mas foi a verdadeira e não a bela Romy Schneider. E em 1911, quase um ano depois da sua Implantação, Portugal por acção do então embaixador em Londres Manuel Teixeira Gomes (que viria mais tarde a ser Presidente da República) viu o regime republicano ser reconhecido pelas grandes países europeus como a Áustria, Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

De partida deste mundo, em 1979, foi o primeiro presidente de Angola, o médico Agostinho Neto, e em 1983 não foi um médico mas foi um físico suíço que ganhou um Nobel da Física em 1952, e cujos estudos são considerados os fundamentos das ressonâncias magnéticas. 10 anos depois morria aquele que foi durante 37 anos o “Senhor da Fundação Calouste Gulbenkian” o advogado José de Azeredo Perdigão, um dos co-fundadores da Seara Nova. Mas quando uns partem outros chegam e assim fazem anos hoje, uns ainda vivos e outros que já partiram.  Em 1923 o engenheiro que foi indigitado para PM, Nobre da Costa, e no ano seguinte o Luiz Francisco Rebello advogado e dramaturgo e que foi o Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores durante 30 anos, e na literatura o brasileiro Ferreira Gullar que ganhou o Prémio Camões de 2010, e Jorge Sampaio faz hoje 81 anos. 

No desporto meu favorito, o atletismo, trago hoje a notícia de um feito ainda hoje fabuloso pelo modo como foi conseguido. Nos Jogos Olímpicos de Roma de 1960 veio do corno de África, da Etiópia (antiga colónia italiana com o nome de Abissínia), um atleta desconhecido para correr a maratona, que depois de experimentar o calçado de corrida que lhe deram recusou-os e fez os 42 kms descalço ganhando a corrida e com um novo record mundial. Foi um herói no seu país e chamava-se Abebe Bikila. Quatro anos depois repetiu a proeza em Tóquio sendo o primeiro a ganhar 2 maratonas olímpicas. E para fechar, o “Leão de Ouro do Festival de Veneza”, de 2004, foi enriquecer o palmarés do grande Manoel Oliveira. O filme foi “O Quinto Império”, uma “utopia” que nos leva a referenciar José Régio, Fernando Pessoa, Padre António Vieira e até ao profeta Daniel e aos tempos de Nabucodonosor. De quem “bebeu” influencia o realizador não sei ao certo.

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