Francisco VELASCO Hóquei em Patins Mundial

Eu nasci em 1946 e no ano seguinte Portugal foi Campeão do Mundo de Hóquei em Patins. Estavam à minha espera para começar a grande caminhada. 

Naquele tempo quem imaginava uma TV para transmitir jogos? Claro que a rádio telefonia já depois do saudoso mestre António Silva ter mandado “aquecer as válvulas” do aparelho era a nossa fonte de ansiedade e de alegrias. Tantos relatos fabulosos na minha juventude.  Pois bem como é lógico em 1947 eu não tenho lembranças mas esses jogadores foram ficando na “crista da onda” vários anos e assim ainda “ouvi” jogar o Emídio, o Raio, o Cruzeiro, o Edgar, os primos Correia dos Santos e Jesus Correia (um dos cinco violinos do futebol do Sporting) entre outros. Depois, como o tempo evolui, lá apareceu a RTP nas casas de muitos portugueses e com ela deixamos de “só ouvir” para passarmos a também “ver” os nossos excelentes atletas a exibir a sua alta qualidade. 

Na sua política de um Portugal único o Estado Novo aproveitou o desporto como uma das suas armas favoritas e como tal havia fases de campeonatos de algumas modalidades que tinham a inclusão de clubes da Madeira e dos Açores bem como de Angola e Moçambique em especial no futebol onde a Taça de Portugal pontificava e o meu Leixões foi jogar a Vila Pery (hoje Chimoio) contra o Textáfrica um clube de uma empresa industrial (do tipo CUF ou Riopele), e também o basquetebol e o hóquei em patins, modalidades estas últimas em que houve como campeões de Portugal clubes africanos. Pois bem foi com o aparecimentos de boas equipas africanas no dito hóquei que surgiu uma fornada de hoquistas que nos garantiram mais uns títulos europeus e mundiais na modalidade. E o motivo desta publicação foi o perfeito silêncio que senti na notícia hoje disfarçada num jornal desportivo de que um desses craques faleceu no passado dia 8 como nunca tivesse sido importante para os triunfos do nosso país. Quem se lembra do guarda-redes Moreira, dos irmãos Souto, do Fernando Adrião, do Francisco Velasco e do Amadeu Bouçós? Pois é, escreveram o seu nome juntamente com o campeão Vaz Guedes do metropolitano Campo de Ourique como vencedores dos campeonatos do mundo de 1958 e 1960 o primeiro no Porto e o segundo em Madrid. No dia 8 de Junho faleceu em Moçambique seu país natal o avançado VELASCO e – julgo eu – fez-se silêncio. 

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