SÁ CARNEIRO , O MÁRIO – – o poeta do ORPHEU

Ao procurar esclarecer uma dúvida fui consultar a D. Wikipédia e encontrei o que queria mas em paralelo “dei de caras” com a informação de que o dia 19 de Maio é o Dia da Doença Inflamatória do Intestino e também o Dia Mundial do Físico. Como não ia em busca disto quase não valorizei até porque nem vi nada referido em jornais ou televisões nem sequer nas redes sociais e resolvi verificar. E confirmam-se aquelas comemorações.

Em 1802 o Napoleão criou a grande condecoração militar “Legião de Honra” que suponho se atribui ao Presidente da República por inerência, e a militares por grandes feitos, e não podem existir vivos mais do que um número limitado de agraciados. Um grande militar que criou a Legião de Honra e acabou sem honra.

Dois escritores portugueses nasceram neste dia, em 1876 o Júlio Dantas cujas obras mais conhecidas serão “A Severa” e “A Ceia dos Cardeais” e foi o alvo do “Manifesto Anti-Dantas” um trabalho em tom jocoso mas altamente divulgado pela sua forma teatral e que é da autoria de José de Almada Negreiros, e, em 1890, também nasceu um dos melhores poetas do primeiro terço do século XX que fez parte, com Fernando Pessoa, seu grande amigo, da Geração da Orfeu e que desapareceu prematuramente em Paris e de seu nome Mário de Sá Carneiro que sendo poeta tem também novelas e até um romance “A Confissão de Lúcio”.

Em 1911 saiu o primeiro número de um jornal que eu aprendi a ler pela mão do meu Pai, e que chegava nos anos 50 ao fim da tarde a Matosinhos e era conotado como anti-regime chamado a República. Coincidência ou não, neste mesmo dia de 1975, os trabalhadores do jornal durante o PREC demitiram a direção e tomaram o jornal. Esquerdistas contra menos esquerdistas e o resultado viu-se algum tempo depois: acabou ao fim de mais de 65 anos de publicações.

Em 1936 o Estado Novo comandado por Salazar criou a Mocidade Portuguesa que dependia do Ministério da Educação e abrangia primeiro só os rapazes e depois também as raparigas. A ideia veio da Juventude Hitleriana e tinha carácter obrigatório e a partir de 1940 teve como seu líder Marcelo Caetano. Eu usei a farda da Mocidade Portuguesa algures na segunda metade da década de 50. 

Agora vem um facto que envolve o Estado Novo e que ofereceu uma “bandeira” ao PCP no ano de 1954. Aconteceu em Baleizão no Baixo Alentejo e foi a morte a tiro, por um GNR, de uma ceifeira que tinha ao colo um filho quando protestava das condições de trabalho. Chamava-se Catarina Eufémia e foi homenageada com poemas, estátuas, musica e enquanto houver PCP não será esquecida. 

Nesta altura do ano é habitualmente entregue o Prémio Camões e houve 2 anos em o prémio foi atribuído neste mesmo dia, o de 2004 a Agustina Bessa Luís que o aceitou e em 2006 a José Luandino Vieira que o recusou.  

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